Sem qualquer tipo de ironia, nem sequer sarcasmo, estou
convicto de que Jackson Martínez não falhou propositadamente a grande
penalidade frente ao F.C. Porto.
É certo que descrever o falhanço como uma aberração ou
afirmar que a bola foi parar ao Douro é insuficiente para dar uma ideia
aproximada do sucedido. Diria, talvez, que a bola tomou o rumo das teorias da
conspiração, passou metros acima da barra conforme requerido nesse contexto,
pontapeada por um atleta em tempos dado como reformado após anos de serviço
enormemente apreciados por quem anteviu, naquele momento e no pé do seu ídolo,
a possibilidade de um sério revés na perseguição ao líder.
Não aconteceu, é futebol, mas imagine-se o chinfrim se
Jackson se chamasse Jonas ou Cardozo, e alinhasse por um clube, se existisse,
tido como um entreposto do Benfica. O insolvente, o proto procurador geral da
república desportiva do Twitter e o eremita das catacumbas de Contumil não se
calariam, beneficiando da sempre solícita colaboração de órgãos de comunicação
social outrora respeitados, mas agora nitidamente capturados, para amplificar
as insinuações e acusações, os pseudojulgamentos na praça andrade e as exigidas
condenações.
Mas recuemos ao lance que originou a grande penalidade, uma
falta que se revelou evidente nas repetições e acertadamente assinalada pelo
VAR, o que por si só é uma raridade, já que o beneficiado da decisão não foi o
F.C. Porto. Acresce que nem árbitro nem VAR da partida em questão pertencem à
Associação de Futebol do Porto, outra raridade. É caso para dizer que as boas
decisões não acontecem por acaso. E também para perguntar se, desta vez, o
Fontelas Gomes se distraiu nas nomeações ou se subavaliou o impacto da
quinta-feira europeia...
Jornal O Benfica - 28/02/2020
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