Não sinto particular orgulho pelos excelentes resultados
financeiros apresentados pela Benfica, SAD no primeiro semestre da corrente
época, no seguimento de vários anos de recuperação económica acentuada do clube
e SAD. Mas estou bastante satisfeito e, sobretudo, tendo em conta o estado
calamitoso dos nossos adversários, encaro o futuro com elevado e justificado
optimismo. Acredito que continuaremos a dominar o panorama desportivo nacional
e que poderemos dar um salto qualitativo a nível europeu.
Mas este salto deve ser bem estruturado, de acordo com as
possibilidades financeiras do Benfica, de forma a que, uma vez atingido o
patamar acima daquele em que nos situamos presentemente – ou seja, passar da
presença regular na fase de grupos da Liga dos Campeões à disputa frequente dos
quartos-de-final – o façamos sem hipotecarmos a sustentabilidade financeira da
SAD, para que não caíamos numa situação desesperada como a que vivem Porto e
Sporting actualmente.
Seria fácil concentrar o investimento todo numa temporada e
esperar que, bafejados pela sorte, que seria sempre necessária, fizéssemos um
brilharete. E se corresse mal?
Para obter (relativo) sucesso continuado a nível europeu
(candidato crónico aos quartos-de-final), o Benfica terá de crescer
sustentadamente a vários níveis, fomentando a competitividade e estabilidade do
plantel. A aposta no Seixal é essencial enquanto complemento da maior
capacidade de retenção de talento e das contratações cirúrgicas, que envolvem,
necessariamente, extraordinária competência no scouting e poder de
investimento. Nada disto será possível sem as magníficas contas que alguns
afirmam, errada e até perniciosamente, que “não interessam para nada”...
Jornal O Benfica - 13/03/2020
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