Primeiro o ácido: Perder é sempre mau independentemente das circunstâncias, por mais nefastas e incontroláveis que sejam. Para o Benfica, perder uma competição (ou um jogo) é contranatura porque abala o mais fundamental do etos benfiquista, caracterizado por uma cultura de vitória bem enraizada, e é dissonante da projecção que fazemos do nosso Glorioso. Benfica é, para nós, benfiquistas, sinónimo de ganhar, logo a derrota na final da Taça de Portugal foi negativa.
Avaliar as razões da derrota remete-nos, normalmente, para o
domínio do subjectivo, porém há excepções. E este caso é uma delas, pois ficará
para sempre a dúvida do que poderia ter feito a nossa equipa se não tivesse
sido espoliada das suas possibilidades de lutar pelo triunfo.
A arbitragem de Nuno Almeida foi vergonhosa. A expulsão de
Helton por volta dos 17 minutos deveria figurar junto da palavra “aberração” em
todos os dicionários ilustrados. A maioria dos especialistas de arbitragem dividiram-se
entre o erro e a decisão legítima que não tomariam. Ora, Nuno Almeida, que nos
sonegara um penálti com o V. Guimarães e fizera vista grossa, como VAR, noutro
com o Nacional, há muito que perdera o direito de lhe ser concedida a dúvida
legítima. Diz-se que abandonará a arbitragem, fá-lo tardiamente.
E o doce: Por falta de espaço, mas não de satisfação,
admiração e orgulho, resumo o que penso sobre a nossa equipa de futebol
feminino: São campeãs à Benfica! Chegar ao jogo decisivo, para mais realizado
no estádio do adversário na luta pelo título, e vencer por inapeláveis 0-3 é
fabuloso. Este é um projecto no qual predomina a excelência. E ficará na
história a obra de arte de Kika Nazareth que resultou no bom golo de Cloe
Lacasse. Parabéns!
Jornal O Benfica - 28/05/2021
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