terça-feira, 8 de junho de 2021

2020/21 - Futebol

O Benfica tem uma dimensão que o obriga a, pelo menos, vencer tanto como os outros no seu conjunto. Esta asserção não deve ser, no entanto, levada à letra em cada época específica, pois só faz sentido se aplicada a um período alargado, no mínimo de quatro ou cinco anos, e se verificadas as condições propícias, dos pontos de vista financeiro, institucional e estrutural, que tem sido o caso há pouco mais de uma década, para assegurar competitividade face à concorrência.

Ao se tirar ilações gerais e definitivas assentes nas ocorrências de uma só época, poderá estar-se a incorrer num erro, por óbvias que são as limitações dessa abordagem. Cada época é circunscrita a um contexto concreto, o qual é influenciado por diversas variáveis, incluindo não recorrentes (o surto de Covid no plantel e estrutura que o apoia é um exemplo). Mas poderá dar-nos pistas, as quais não devem ser ignoradas.

Para o futebol (masculino), 2020/21 é, simultaneamente, uma época para esquecer (em sentido figurado) e, na prática, para lembrar. O investimento foi fortíssimo, com a contratação de diversos internacionais, regressou um treinador campeão nacional três vezes e finalista de duas finais europeias pelo clube, e as condições, sob todos os aspectos, oferecidas pelo clube para que o trabalho seja desenvolvido estão na vanguarda do que melhor se faz a nível mundial.

Discernir o peso das variáveis incontroláveis no rendimento da equipa, para que se possa identificar onde realmente se errou e, assim, poder evitar a repetição de erros, é fundamental. Confio plenamente que essa identificação está feita e que serão encontradas as soluções adequadas. Não necessitamos de qualquer revolução, antes de ajustes cirúrgicos.

Jornal O Benfica - 4/6/2021

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