terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Plantel Glorioso

 

Publicado em novembro de 2014, o "Plantel Glorioso" foi o meu quarto livro e chegou à terceira edição. Novamente em parceria com o Fernando Arrobas, foi o terceiro que escrevemos juntos. E a ideia foi simples.

Haverá exercício mais comum entre adeptos de futebol do que aquele em que se elenca o melhor onze de todos os tempos, seja de um clube, de um país, de uma competição ou mesmo a nível mundial?

Mas a gloriosa história do Benfica, centenária e bem sucedida desde os primeiros passos, está repleta de protagonistas. Conforme escrevemos a dada passagem da introdução, "ao longo das décadas, foram muitos os atletas e treinadores que se notabilizaram pelo seu valor, empenho e títulos conquistados. O sucesso benfiquista assim o obriga a reconhecer pois, como é sabido, não existem grandes equipas sem bons técnicos nem bons jogadores."

Esta constatação foi a condicionante inicial. Como escolher, entre tantos, apenas onze, para mais subjugados às posições? Faça-se um plantel. Um plantel glorioso!

Assim, ao invés de nos limitarmos a onze jogadores e um treinador, optámos por 26 dos primeiros e três dos segundos, sabendo, de antemão, que a selecção continuaria a ser complicada e que escolhas difíceis teriam de ser feitas.

Mesmo optando-se por 26, haveria injustiças, mas, com isso, mitigou-se essa inevitabilidade. E havia ainda o problema de, entre mim e o Fernando, apesar de razoáveis conhecedores da história do Benfica, o "Plantel Glorioso" ser refém da mescla de duas visões pessoais, que poderia, ou não, coincidir com aquela dos benfiquistas em geral. Convidámos então cem benfiquistas para participarem na votação.

Definido o processo, receámos que o Plantel Glorioso pudesse ser influenciado demasiadamente pela espuma dos dias. A forma que encontrámos de esbater a sobrevalorização do quotidiano e do passado recente passou por conceber um questionário em que sugerimos, por posição, conjuntos de jogadores. Junto do nome de cada atleta constavam dados como o número de épocas, jogos, golos e troféus, deixando a possibilidade em aberto de se votar noutros atletas além daqueles constantes no questionário. Sabíamos que jogadores como Vítor Silva, Guilherme Espírito Santo ou Julinho, entre outros, não seriam escolhidos, mas constavam do questionário e, no mínimo, seriam considerados pelos votantes. 

O juri foi composto por cem benfiquistas. Limitados à nossa rede de conhecimentos (em sentido muito amplo), procurámos constituir um grupo ecléctico, tanto a nível etário como das várias sensibilidades entre benfiquistas, vedado, no entanto, a antigos futebolistas. Não me surpreenderam a pronta aceitação e a rápida resposta dos intervenientes. Estava convicto, e não me enganei, de que a premissa do livro era válida: todos gostamos desta brincadeira do melhor onze de sempre.

Cada participante poderia escolher, além de três treinadores, 26 jogadores distribuídos de seguinte forma: três guarda-redes, dois laterais de cada lado, quatro centrais, quatro médios centro, dois extremos de cada lado e quatro avançados, mais três jogadores de qualquer posição. Os treinadores e jogadores com mais votos por posição seria os seleccionados.

Recolhidas as respostas e estabelecido o "Plantel Glorioso", lançámos mãos à obra. Para cada posição há um texto em que versamos sobre os grandes jogadores que nela se notabilizaram, seguido de micro biografias dos jogadores e treinadores seleccionados, acompanhadas dos dados estatísticos de desempenho e conquistas. As escolhas de cada votante constam no livro.

Em 4-4-2, os seleccionados foram os seguintes (ordenados por número de votos):

Guarda-Redes: Bento; Preud'homme; Costa Pereira.

Defesas laterais: Veloso; Artur Correia; Ângelo; Fábio Coentrão.

Centrais: Humberto Coelho; Mozer; Ricardo Gomes; Germano; Luisão.

Médios: Coluna; Rui Costa; Valdo; Toni; Shéu.

Extremos: Chalana; José Augusto; Simões; Diamantino.

Avançados: Eusébio; Nené; José Águas; João Pinto; José Torres.

Treinadores: Sven-Goran Eriksson; Béla Guttmann; Jorge Jesus.

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