Pichardo arrasou a concorrência no triplo salto e trouxe o ouro para Portugal, para grande alegria da nação, exceptuando, aparentemente, Nélson Évora e as suas viúvas.
Esteve bem José Manuel Constantino, presidente do COP, ao
afirmar que Portugal só pode estar grato a Pichardo e a não se esquivar à
polémica protagonizada por Évora, criticando-o implicitamente.
Talvez tivesse sido preferível que assumisse frontalidade,
mas reconheço que tal centraria demasiado o mediatismo num outrora grande
atleta, agora que o seu tempo claramente já passou, por muito que lhe custe a
aceitar.
Mas o que Constantino não explicou (perguntaram-lhe?) foi a estranha
ausência de referências aos clubes por parte de atletas durante os Jogos
Olímpicos. Há rumores fundados de que existiu uma “recomendação” que as desaconselhou.
Ao serviço de Portugal, que pouco ou nada faz pelo desporto, proíbe-se, por
assim dizer, os atletas de referirem quem, de facto, lhes dá a possibilidade de
singrarem ao mais alto nível. Bem justificado, pode aceitar-se o parco
investimento do país, mas então que não se atropelem a aparecer nas fotografias
junto dos campeões e reconheçam o mérito de quem o tem.
Com Pichardo é ainda mais gritante. Que não seja remetida
para o esquecimento a deplorável “hesitação” da federação de atletismo em
aceitar o contributo do nosso mais recente campeão olímpico, qual clube de fãs
de Nélson Évora.
E uma palavra para o futebol. Ouro para os benfiquistas pelo
apoio em Moreira de Cónegos e para a equipa que, notoriamente cansada e em
inferioridade numérica, soube manter a vantagem e conquistar os três pontos. E
ouro igualmente para o deserto nas zonas do cartão de adepto. Panaceias há
muitas, mas esta é atentatória da dignidade…
Jornal O Benfica - 13/8/2021
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