Foi com enorme satisfação que soube da notícia do sucesso do empréstimo obrigacionista emitido pela Benfica, SAD. Era referido no prospecto que a finalidade da oferta passava pela “diversificação das fontes de financiamento, reforço da liquidez e desenvolvimento da atividade corrente”, pelo que está justificada a minha satisfação com o sucesso verificado. Mas há mais.
Num plano sério, o sucesso é sinal de confiança dos mercados
na Benfica, SAD numa altura em que, devido à pandemia, predomina a incerteza no
negócio do futebol e se verifica abrandamento da actividade económica em geral.
Acresceu, enquanto vigorava a oferta pública de subscrição, o abalo
institucional com a detenção de Luís Filipe Vieira e subsequente pedido de
demissão. Nada disto impediu que a procura superasse a oferta. E é justo que
assim seja: a Benfica, SAD, no passado, cumpriu atempadamente todos os reembolsos
e pagamentos a que se comprometeu neste tipo de operações e goza de uma saúde
económica e financeira invejável, não obstante os efeitos da pandemia e a
ausência da fase de grupos da Liga dos Campeões na época passada.
Houve certamente benfiquismo a influir na decisão de
investimento, mas os investidores não são mecenas ou patrocinadores de uma obra
de caridade. Querem o retorno do seu investimento nos prazos programados. Aliás,
como a Benfica, SAD sempre os habituou.
E, num plano menos sério, serviu também para ler e ouvir
alguns sportinguistas e portistas regozijarem-se com o facto da procura pouco
ter superado a oferta. Isto da parte de adeptos de clubes cujas SAD, tecnicamente
falidas, já terem adiado pagamentos e não terem conseguido captar os valores
pretendidos em empréstimos obrigacionistas. Caricato!
Jornal O Benfica - 30/7/2021
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