terça-feira, 23 de março de 2021

Naming do estádio

A discussão do naming do estádio é apaixonante, embora “estádio da Luz” nem sequer exista, mas sim “estádio do Sport Lisboa e Benfica”, o que não é despiciendo, pois o nome afectivo sempre prevaleceu em detrimento da designação oficial, o que continuará a ser sempre o caso entre os benfiquistas mais militantes.

Este tema recrudesceu com o anúncio, esta semana, de uma parceria comercial exclusiva entre o Sport Lisboa e Benfica e WME Sports, a agência de representação desportiva e entretenimento líder a nível mundial, para a angariação de um patrocinador para o estádio e para o Benfica Campus. Logo surgiram alguns benfiquistas a rasgarem as vestes, proclamando aos céus angústias da mais variada espécie, algumas delas eivadas de anacronismo e grosseiro conservadorismo.

Já se vê, portanto, que sou a favor do naming do estádio – um passo que me parece óbvio na exploração comercial da marca Benfica – contra o pagamento de um montante avultado, naturalmente.

Esta possibilidade, a concretizar-se, nem sequer será novidade no clube. Há as bancadas do estádio, o Benfica Campus já foi o Caixa Futebol Campus e temos o pavilhão Fidelidade (assim como já houve o pavilhão EDP). E esta é uma prática já há muito implantada no desporto a nível global, até no híper conservador mundo do futebol, não me parecendo que os clubes empreendedores neste domínio tenham sido assolados por crises identitárias ou desportivas.

Acompanhar os tempos é essencial. A concorrência, hoje, não se limita às esferas desportiva e associativa; também se nota, e muito, no âmbito comercial. E aqui fica um truísmo, mas que convém ser relembrado: quanto maior for a nossa capacidade de gerar receitas comerciais, mais perto estaremos de conquistar títulos.

Jornal O Benfica - 19/3/2021

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