Começo como terminei na semana passada: melhores tempos virão. Não se trata de profissão de fé ou lapalissada, mas antes da constatação, que me parece evidente, da competência da equipa técnica e do plantel, além do reconhecimento das várias condicionantes prejudiciais à evolução da equipa, com enfâse no surto de Covid-19.
Esse reconhecimento, apesar de justo, não configura, no
entanto e do meu ponto de vista, razão suficiente para justificar integralmente
a época bastante aquém das expectativas até ao momento. Melhor poderia e
deveria ter sido alcançado, restando-me agora confiar em quem já demonstrou
bastas vezes saber lidar com situações adversas, redefinindo, nessas ocasiões,
pelo acerto das decisões tomadas, os horizontes avistados.
O tempo jogará a nosso favor. A progressiva reintegração de
atletas significará, necessariamente, uma subida qualitativa do ponto de vista
colectivo. Haverá melhores contributos individuais, mais entrosamento e
espera-se, verificando-se o regresso a um ciclo positivo, o incremento gradual
dos níveis de confiança.
Poderá é já não haver tempo suficiente, mas tratemos do que
podemos controlar. Façamos o nosso papel, que é o de encarar cada jogo como uma
final e ganhar cada uma delas. Estou convicto de que, nesse caso, reentraremos
seriamente na discussão do título.
Julgo não me estar a ludibriar ao pensá-lo, pois creio
sinceramente nessa possibilidade. E creio-o por não aceitar a ideia absurda de
que Jorge Jesus tenha desaprendido o que é preciso para ser campeão no Benfica e
por acreditar sem reservas na qualidade do nosso plantel, imperfeito,
porventura, mas suficiente para superiorizar-se a todo e qualquer adversário
nas competições nacionais.
Jornal O Benfica - 5/2/2021
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