quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Modelo colaborativo


Ultimamente tenho trabalhado na concepção de um modelo colaborativo que permitirá a empresas do mesmo sector, logo algumas delas concorrentes, a mitigação de riscos e a consequente potencial diminuição de custos. Sempre que estou envolvido num projecto deste género, penso frustrado no nosso futebol, em que subsiste uma quase total ausência de visão global do negócio, apesar de algumas iniciativas pontuais, embora geralmente enviesadas e assimétricas quanto aos objectivos a que se propõe as partes.

Foi o caso, por exemplo, da submissão do Brunismo, que assolou o Sporting nos últimos anos, à vilipendiação costumeira, por parte da liderança portista, da ética desportiva e da sã rivalidade. Se do “Papa” e seus acólitos já tudo se espera – a este propósito recordo-me sempre daquela ideia de José Cardoso Pires sobre algumas pessoas só serem tão religiosas para que possam pecar– do Sporting nunca se sabe o que esperar.

O Sporting é, por oposição ao seu autoproclamado rival, um projecto de clube falhado por se deixar enredar na sua ambição irrealista (superiorizar-se ao Benfica). É, por conseguinte, propício a que o Brunismo e outros ismos prevaleçam frequentemente sobre o que seria consentâneo com a sua grandeza e o seu historial indiscutivelmente assinaláveis. E, assim, o Brunismo, enquanto projecto individual de poder e instrumento de validação de um complexo messiânico, dispôs-se a tudo, incluindo a submissão ao FC Porto, para tentar relegar o Benfica para uma posição inferior à sportinguista. Não é notável, mas há que reconhecer que, neste domínio, houve a partilha de um objectivo comum e uma estratégia concertada de concorrentes(?) no futebol português.

Jornal O Benfica - 27/7/2018

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