Ao contrário do que por vezes se quer fazer crer, o Benfica
sempre foi um clube formador de jogadores de futebol bem-sucedido. As raízes
são profundas e remontam aos primórdios da sua existência.
No entanto, no final dos anos noventa do século passado,
durante a vigência de Vale e Azevedo, a redução do número de equipas revelou-se
nefasta. Passados poucos anos, a falta de infra-estruturas durante a transição
entre estádios, até ao Caixa Futebol Campus entrar em funcionamento, também
prejudicou sobremaneira esta vertente do clube. Acresce que, neste período, o
Sporting notabilizou-se neste domínio e o marketing e a comunicação no futebol
tornaram-se relevantes. Nesse contexto, só o enorme investimento e a redobrada
competência permitiram que o Benfica voltasse a estabelecer-se como o melhor
clube português na formação de futebolistas.
O ponto de partida benfiquista no relançamento da formação não
se afigurava favorável. Entre outros factores, havia a percepção generalizada
de que o Sporting, principalmente mas não só, era o clube mais adequado para
proporcionar aos miúdos o cumprimento do sonho de enveredarem por uma carreira
profissional de futebolista. Tal se devia à maioria de jogadores nas
convocatórias das selecções nacionais jovens e, também, às oportunidades
oferecidas na equipa principal (além das infra-estruturas), influenciando
decisivamente o talento disponível em cada clube. Esta foi a realidade no
passado, já não é a da última década, o que deve ser sobejamente enaltecido.
P.S. Satisfaz-me pensar no Florentino Luís e vislumbrar nele
o sucessor de Fejsa. E no Jocú, do Florentino. É notável que haja exemplos como
este para várias posições.
Jornal O Benfica - 24/8/2018
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