A desfaçatez com que o Conselho de Disciplina trata o Benfica só tem paralelo na forma como o Conselho de Arbitragem nos provoca, semana após semana.
Repare-se bem no ciclo desvirtuoso:
- Fontelas Gomes, o homem do futebol de praia muitíssimo bem
pago para dirigir o setor da arbitragem do futebol de onze, faz nomeações que
levam qualquer benfiquista minimamente atento a torcer o nariz;
- Para espanto de ninguém, as arbitragens em jogos do
Benfica correm mal, invariavelmente em prejuízo do Benfica;
- O Benfica aguenta, aguenta, aguenta… em nome da defesa da
imagem do futebol português, até que reage;
- E logo surge, com uma participação ao Conselho de
Disciplina, o corporativismo do costume da APAF, sempre defensora cega dos
árbitros, mesmo daqueles que insistem em denegrir todo o setor em função das suas
habituais péssimas atuações, muitas das vezes aparentemente tendenciosas;
- Por sua vez, o Conselho de Disciplina, ao ler a palavra
Benfica, parece pensar logo no financiamento da Liga;
- E tocam a música das multas, com melodia dos Hot Butter,
só para disfarçar: “São multas ao almoço, são multas ao jantar, o raio das
multas não há meio de acabar”. E sorriem com cumplicidade e camaradagem;
- É então atingido o êxtase na reunião do Conselho de
Disciplina, está na hora de convocar a criatividade para justificar as multas,
servindo uma coisa qualquer, desde que provoque indignação;
- A APAF fica contente, o Conselho de arbitragem contente
fica. Viram o disco e tocam o mesmo.
E agora que estamos no defeso e não há jogos, façam-se
apostas!
Eu aposto que a próxima multa ao Benfica decretada pelo
Conselho de Disciplina dever-se-á a ter acabado de contratar um treinador cujo
último clube é de um país onde um dos petiscos predilectos é arenque cru.
Parece-lhe insuficiente e ridículo, caro leitor? Não se admire!
Jornal O Benfica - 20/5/2022
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