terça-feira, 25 de maio de 2021

Crónica imaginária

As palavras que se seguem foram escritas na terça-feira, dois dias antes do chamado “Clássico”, anteriores até às conferências de imprensa de antevisão ao jogo. É avisada aquela asserção de que, no futebol, “prognósticos só a seguir ao jogo”, e levo-a muito a sério. Estas são palavras sábias, que não minhas, mas de uma figura do nosso adversário de ontem na Luz, por certo inadvertidas, pois nunca me pareceu dada a esmeros intelectuais. O desportivismo termina aqui.

E termina porque, perto de completar 44 anos de vida, são quase quatro as décadas em que fui constatando o quotidiano futebolístico nacional sob o jugo da perfídia e de comportamentos inescrupulosos, da instrumentalização do regionalismo bacoco e do exercício de poderes informais variados, que as cenas degradantes recentemente ocorridas em Moreira de Cónegos em nada contrariaram, antes robusteceram, a ideia de que Pinto da Costa e seus acólitos personificam, do meu ponto de vista, tudo o que deve ser rejeitado no desporto, incluindo o da alta competição.

Acredito que vencemos o jogo e sei que, independentemente do resultado que se verifique, haverá uma qualquer razão, motivada por aquela gente que representa o F.C. Porto, para sentir vergonha alheia. Não se trata de premonição, é mera experiência acumulada.

Creio que, no papel, temos tudo para ter ganho. Sei, no entanto, que o futebol não se joga no papel. Acontece dentro do campo, desejavelmente sem interferências externas – com o adversário em questão tratar-se-á de um sonho mirífico – e há a inegável aleatoriedade do futebol. Só tenho uma certeza: quando o caro leitor ler esta crónica, serei mais benfiquista que ontem e menos do que amanhã. Viva o Benfica!

Jornal O Benfica - 7/5/2021

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