As palavras que se seguem foram escritas na terça-feira, dois dias antes do chamado “Clássico”, anteriores até às conferências de imprensa de antevisão ao jogo. É avisada aquela asserção de que, no futebol, “prognósticos só a seguir ao jogo”, e levo-a muito a sério. Estas são palavras sábias, que não minhas, mas de uma figura do nosso adversário de ontem na Luz, por certo inadvertidas, pois nunca me pareceu dada a esmeros intelectuais. O desportivismo termina aqui.
E termina porque, perto de completar 44 anos de vida, são
quase quatro as décadas em que fui constatando o quotidiano futebolístico
nacional sob o jugo da perfídia e de comportamentos inescrupulosos, da
instrumentalização do regionalismo bacoco e do exercício de poderes informais
variados, que as cenas degradantes recentemente ocorridas em Moreira de Cónegos
em nada contrariaram, antes robusteceram, a ideia de que Pinto da Costa e seus
acólitos personificam, do meu ponto de vista, tudo o que deve ser rejeitado no
desporto, incluindo o da alta competição.
Acredito que vencemos o jogo e sei que, independentemente do
resultado que se verifique, haverá uma qualquer razão, motivada por aquela
gente que representa o F.C. Porto, para sentir vergonha alheia. Não se trata de
premonição, é mera experiência acumulada.
Creio que, no papel, temos tudo para ter ganho. Sei, no
entanto, que o futebol não se joga no papel. Acontece dentro do campo,
desejavelmente sem interferências externas – com o adversário em questão
tratar-se-á de um sonho mirífico – e há a inegável aleatoriedade do futebol. Só
tenho uma certeza: quando o caro leitor ler esta crónica, serei mais
benfiquista que ontem e menos do que amanhã. Viva o Benfica!
Jornal O Benfica - 7/5/2021
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