Confesso o meu pessimismo quando, embora feliz pelo apuramento para a final dos playoffs, receei que a lesão da norte-americana Altia Anderson hipotecasse seriamente as hipóteses de vencermos, pela primeira vez, o Campeonato Nacional de basquetebol feminino. Julgava difícil com ela apta, afigurou-se-me quase impossível sem o seu contributo.
Claro que conhecia a inegável competência do plantel e
treinador, além de ter plena consciência, pelas muitas provas dadas, do
espírito de equipa e determinação da nossa equipa, mas do outro lado estava um
clube que conta com três estrangeiras no plantel, foi três vezes campeão nas
últimas cinco épocas e tinha vencido a fase regular.
E, depois, as detentoras da Taça de Portugal (também um
título inédito para o Benfica) venceram com relativa facilidade o primeiro jogo
da final, o que me levou, aí sim, a crer na possibilidade do título. A derrota
no segundo jogo não surpreendeu e temi que o sucesso pleno não seria ainda uma
realidade esta época, mas a nossa valorosa equipa, só com uma estrangeira,
soube superar as adversidades e revelou-se imune à enorme pressão, fazendo um
parcial de 7-0 na parte final do jogo que garantiu o triunfo, podendo assim
celebrar o título mais desejado.
Este título ficará na história como o primeiro do Sport
Lisboa e Benfica numa modalidade em que, apesar do regresso à competição há uns
poucos anos (duas subidas sucessivas até à Liga, primeiro troféu ao mais alto
nível em 2018/19 e dobradinha em 2020/21), era já longo o trajecto benfiquista.
E passámos a ser o único em Portugal que, na vertente feminina, já foi campeão
nacional pelo menos uma vez em cada uma das modalidades de pavilhão. Parabéns!
Jornal O Benfica - 14/5/2021
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