Desde 1964 que o Benfica não marcava pelo menos dez golos
nos dois primeiros jogos oficiais da temporada (considerando todas as
competições, incluindo as regionais). Com as goleadas, ambas por 5-0, a
Sporting e Paços de Ferreira, foi apenas a sexta vez que este feito aconteceu (11
– 1941/42; 1944/45; 10 – 1937/38; 1943/44; 1964/65; 2019/20). Acresce que o
Benfica marcou, em toda a sua história, pelo menos cinco golos em pouco menos
de 14% dos seus jogos oficiais, percentagem que desce para cerca de 7,8% desde
2009/10...
Significa isto que se justifica, para já, algum grau de
euforia em torno da nossa equipa de futebol? Decididamente, não! E algum
optimismo? É evidente que sim! É benéfico para a saúde mental, motiva, agrega
e, diga-se de passagem, é realista. Entrámos tão bem na temporada como havíamos
saído da anterior. A nossa equipa está sólida, consistente, focada e alegre,
além de se manter ambiciosa.
Bruno Lage, após a partida frente ao Paços de Ferreira,
reafirmou o objectivo de aproximar os níveis exibicionais aos alcançados na
época passada. Do meu ponto de vista, falta ainda, apesar da torrente de golos
conseguida e evidente potencial, do nosso plantel, para readquiri-la, alguma da
fluidez ofensiva que vimos há uns meses.
Talvez por isso se tenha referido tantas vezes que os 5-0
infligidos ao Sporting e Paços de Ferreira tenham sido exagerados face ao que
se passara em campo. “O resultado foi melhor que a exibição” parece ser o
mantra de benfiquistas pessimistas ou cautelosos e de adversários desdenhosos.
E talvez tenham sido mesmo. Mas o que conta verdadeiramente, uma Supertaça e
três pontos a abrir o campeonato, já ninguém nos tira.
Jornal O Benfica - 16/8/2019
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