José Manuel Delgado, no jornal A Bola, destacou, e bem, o
Illiabum, vencedor da Taça de Portugal de basquetebol. Irónica foi, creio que
inadvertidamente, a sua observação final: “O Benfica deverá fazer uma análise
profunda quanto à relação custo-benefício, no basquetebol e não só”. Ou seja, o
director-adjunto do A Bola, que até há poucos anos se alardeava de ser o
“jornal de todos os desportos” e cujo canal de televisão transmitiu a final a
oito da referida competição, recomenda-nos que (por perdermos uma taça!??!)
repensemos o investimento “no basquetebol e não só”.
Convém referir que o basquetebol, na última década, é a
modalidade de pavilhão que mais retorno desportivo deu ao clube (30 das 44
provas disputadas, incluindo sete, possivelmente oito, Campeonatos Nacionais). Mas,
mais do que reconhecer o sucesso desportivo, importa aquilatar a vontade dos
sócios do SLB e esta é soberana e inequivocamente favorável ao forte
investimento extra-futebol. Assim o têm dito as votações esmagadoras em Luís
Filipe Vieira, cuja visão de clube se opõe àquela redutora dos futeboleiros,
assim como a recusa determinada dos sócios, há cerca de quinze anos em
Assembleia-Geral, num tempo de míngua de títulos generalizada, especialmente no
futebol, da proposta de Manuel Vilarinho que visava o desinvestimento total nas
ditas “amadoras”. Já para não referir os diversos benefícios dessa aposta, o
respeito pela tradição e história do clube e até os seus estatutos…
Ou então percebi mal e o que Delgado nos sugeriu, julgando o
Benfica no lado errado da segunda circular, é a aposta desenfreada e irresponsável
para tudo tentarmos ganhar no imediato, porventura hipotecando o futuro...
Jornal O Benfica - 23/3/2018