Assistimos a um autêntico “roubo de capela”. O golo fora de
horas, parecendo que o jogo só terminaria quando o Sporting marcasse, deveria constar
nos compêndios das más arbitragens. A incompetência de Capela é gritante, a que
se lhe junta a permeabilidade à pressão de outrem e a indisfarçável ausência de
critérios uniformes. Por exemplo, o que foi feito do rigor que o levou a
expulsar Cardozo no estádio da Luz por dar uma palmada no relvado, na
celebração de Coates, ao despir a camisola sem que tenha sido admoestado com o
segundo amarelo? E daquele que, em Olhão, resultou no único vermelho directo da
carreira de Aimar?
O vídeoárbitro, com Capela, é manifestamente insuficiente. É
também necessário o vídeorelógio e, sobretudo, o vídeopudor. “Capela é Capela”
e pior insulto não lhe poderia dirigir.
Entretanto, no twitter oficial do Sporting logo após a
partida, foi manifestado regozijo pelo golo apontado “aos 95 minutos”. Sim, 95,
leu bem, e não aos 98, como todos, talvez excepto o inefável Capela, viram. Assim
se entende o apelo de Bruno de Carvalho para que os sportinguistas apenas
leiam, oiçam e vejam os meios de comunicação do seu clube. Eles, orgulhosamente
sós, confortavelmente refastelados na fantasia de que a culpa dos seus
insucessos é sempre do Benfica, julgam que se tornarão imunes à cruel realidade
de que, do outro lado da segunda circular, há um clube maior e melhor, cujos
adeptos, ao contrário deles, agora calados que nem lagartos, não sentem a
necessidade de se tornarem arautos da verdade desportiva somente quando lhes
convém.
P.S. Parabéns à nossa equipa de atletismo! Já dizia Cosme
Damião: “(…) no futuro a dedicação goleia o dinheiro”.
Jornal O Benfica - 23/2/2018