Num contexto em que se anteviam dificuldades, fomos a Guimarães demolir o Vitória, fazendo, na primeira parte, os melhores 45 minutos da época na opinião de muitos (que não a minha, pois valorizo mais, pela dificuldade, a primeira parte com o PSV na Luz). Ao intervalo estava 0-2, mas ninguém estranharia se a vantagem fosse de quatro ou cinco golos. Foi uma grande exibição!
Tanto que haveria a perguntar a Jorge Jesus, até por uma
questão de pedagogia. Que bom seria perceber melhor o que se passou em campo e
quais as razões de tamanha superioridade benfiquista. É que Jorge Jesus tem uma
qualidade pouco notada e ainda menos elogiada: gosta de falar de futebol nas
conferências de imprensa. Convém é saber colocar-lhe questões pertinentes de
âmbito técnico-táctico.
Em Guimarães assistimos, também neste domínio, a mais um
festival de oportunidades perdidas. Só a pergunta de Mário Serra, da BTV,
incidiu sobre futebol. As restantes, com excepção da referência en passant
ao percurso vitorioso no início de campeonato, focaram-se em aspectos laterais ao
jogo, procurando-se sempre a polémica por muito artificial que fosse. A técnica
é básica: pergunta-se e, independentemente da resposta, o assunto está criado. Foram
várias as tentativas, só sobre jogadores foram quatro… E depois o pináculo da
cretinice: “Jorge Jesus, a equipa está preparada para quando chegar a derrota?”.
Será que ainda se lembravam do jogo terminado vinte minutos antes?
Não quero ser desagradável. Se calhar até seriam bons jornalistas
caso fossem completamente diferentes dos jornalistas que são, pelo menos a
avaliar pelas perguntas colocadas e, sobretudo, pelas que ficam por colocar. É
pena, sobretudo para quem gosta de futebol.
Jornal O Benfica - 1/10/2021
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