O contexto era adverso quando Rui Costa assumiu o cargo da presidência. Luís Filipe Vieira que, meses antes, fora reeleito com a sua pior votação nas seis vezes em que concorreu, denotando-se algum desgaste de poder, demitiu-se a contas com a justiça.
Sob o espectro do vazio institucional, Rui Costa assumiu a
responsabilidade de liderar o clube com eleições no horizonte. Os desafios mais
prementes foram todos superados com distinção: gestão corrente assegurada; sucesso
da emissão do empréstimo obrigacionista; plantel mais competitivo; e época
futebolística iniciada de feição (líder do campeonato e presença garantida na
fase de grupos da Liga dos Campeões, mais a retumbante vitória ao Barcelona).
Acrescem o uso do espaço mediático por Rui Costa que, apesar
de escasso até à campanha eleitoral, foi suficiente para que o novel presidente
demonstrasse dominar os dossiers, e os passos dados em prol de um processo
eleitoral mais transparente e democrático, nomeadamente promovendo a utilização,
pelas listas candidatas, dos meios de comunicação do clube para a campanha.
Glória do clube há muito considerado presidenciável, garante
da estabilidade institucional e promotor de várias boas decisões em meses
recentes, a eleição estava garantida.
Assim torna-se ainda mais relevante a participação recorde.
Mesmo num cenário em que se antecipava o vencedor, 33754 sócios do Benfica
deslocaram-se às urnas para depositar o voto em Rui Costa. Notável!
P.S.: Creio que a lista B nunca acreditou na possibilidade
de vitória nas eleições e concorreu motivada unicamente pelo benfiquismo e pela
crença de que seria importante promover o debate. Na prática evitou o
plebiscito a Rui Costa, prestando assim um grande serviço ao clube.
Jornal O Benfica - 15/10/2021
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