Recordamo-nos do miúdo benfiquista que, em Braga, orgulhoso por trajar a camisola do glorioso, foi obrigado, qual perigoso provocador, a despi-la sob as ordens e supervisão de zelosos responsáveis da escola que frequentava. Também nos lembramos dos inúmeros actos de vandalismo à casa do Benfica de Braga, perpetrados por criminosos com recurso a sprays e pedregulhos. E recentemente houve o caso do (vai-se a ver) incauto que, por estar vestido à Benfica na “cidade dos arcebispos”, foi agredido com uma tocha.
Assumindo, quiçá abusivamente, que os agressores são adeptos
do Braga, não se tratará de sincretismo, pois tal pressuporia a combinação de
princípios de diversas doutrinas, e isto é gente sem princípios nem
inteligência, mas provavelmente de mimetismo, não se apercebendo eles,
ironicamente, que, por muito que lhes proclamem ódio, é nalguns vimaranenses que
se inspiram.
A necessidade sentida por uma franja de adeptos,
eufemisticamente apelidados de “radicais”, de demonstrarem que se equiparam a
outros nos níveis de imbecilidade, só não dá pena porque há vítimas. A cidade
de Braga e as suas gentes, cuja esmagadora maioria por certo repudia estes
comportamentos indignos, não merecem que estes actos se tornem recorrentes, exigindo-se
pronta prevenção e acção policiais.
A todos os bracarenses que não se revêem nestas insídias,
nomeadamente aos muitos benfiquistas que lá vivem, apela-se a que não soçobrem
à tentação da reacção violenta. As autoridades, mais cedo ou mais tarde, terão
de actuar em conformidade. E este é um problema que não se cinge a Braga ou
Guimarães, também subsiste no Porto e em Lisboa e terá de ser solucionado
devida e eficazmente por quem de direito.
Jornal O Benfica - 16/4/2021
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