O recorde já fora estabelecido em Faro, ao completarmos as primeiras vinte jornadas do campeonato sem qualquer grande penalidade assinalada a nosso favor. Desde então continuamos sem penáltis, apesar de, por duas vezes, graças ao VAR, os festejos pelo proto penálti inédito se terem revelado extemporâneos.
O Benfica tem razões de queixa neste domínio, embora estes dois
últimos casos não devam ser acrescentados ao rol da crítica. Aceita-se ambas as
decisões e a honestidade intelectual é uma marca do benfiquismo. Não clamamos,
sem razão para tal como outros fazem, por isto ou aquilo da arbitragem. No
entanto, não podemos, verificando-se uma óbvia tendência de prejuízo à verdade
desportiva, “comer e calar”, como diz o povo.
Objectivamente, temos sido prejudicados ao longo da época.
Bastaria, por exemplo, que tivessem sido assinalados os penáltis evidentes em
Moreira de Cónegos, Faro e na Luz, com o V. Guimarães, para que, se
concretizados, estivéssemos agora a sete pontos da liderança. E outros casos
houve anteriormente.
Julgo que se deve aceitar o erro no futebol, mesmo com a
utilização do VAR. O que é inadmissível, porém, são os erros tendenciosos. Em
2020/21, a extrema dificuldade em se assinalar penáltis a favor do Benfica só
encontra paralelo na recorrente facilidade com que são concedidos ao F.C. Porto
e na ocasional boa vontade em lances favoráveis ao Sporting.
Claro que o Benfica poderia e deveria ter-se exibido sempre
ao nível do que tem feito nas últimas jornadas e fizera na entrada do
campeonato, com justa margem de tolerância para o período em que muitos jogadores
sofreram de COVID e demoraram a recuperar. Mas bastariam boas arbitragens e a
pontuação seria outra, não podendo este facto ser escamoteado.
Jornal O Benfica - 26/3/2021
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