Sou desde sempre um entusiasta da implementação de meios
auxiliares à arbitragem. As vantagens são evidentes quanto ao aperfeiçoamento
da verdade desportiva e a comprová-lo há inúmeros exemplos em cada temporada
nos mais diversos desportos. Não sou, no entanto, ingénuo e, por isso,
conhecedor do lastro de incompetência e, sobretudo, da permeabilidade da
arbitragem do futebol português a movimentos de pressão, coacção e outros que
tais que, no passado, quando por uma única vez se viram expostos, encontraram
em Vigo o refúgio adequado, foi com cautela na mesma medida que acolhi a
inovação.
Como tal, logo deixei registada uma graçola mais séria do
que poderá ter parecido a quem a leu ou ouviu: o VAR, como o berbequim, é uma
excelente ferramenta. Mas é preciso cuidado porque se eu tiver um berbequim na
mão, o mais certo é escavacar a parede e, com algum azar, furar um cano.
Acresce que os operários do VAR, alguns deles parciais,
respondem a um capataz cada vez mais evidentemente incompetente para lidar com
os agentes do futebol. E, para agravar o estado da arbitragem portuguesa,
Fontelas Gomes aparenta ser selectivo quando entende que se deve justificar.
Sorria, por favor, pois é melhor que desatar às cabeçadas contra uma parede:
entre tantas e tantas decisões incompreensíveis, Fontelas entendeu que uma boa
decisão a favor do Benfica (Portimonense na Luz) justificava uma explicação, no
fundo uma espécie de pedido de desculpa por ter prevalecido a verdade
desportiva. Passado demasiado tempo, entende-se a extensão e a metodologia do
permanente pedido de desculpa, pergunte-se como ao Chaves e ao Feirense,
algumas das vítimas mais recentes, em prol já se sabe de quem...
Jornal O Benfica - 16/11/2018
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