Fez esta semana um ano que a Direcção presidida por Rui Costa foi eleita. As eleições marcaram uma ruptura com o passado recente sem que a estabilidade institucional fosse colocada em causa. Um novo estilo de liderança e o ênfase reforçado em duas dimensões essenciais do clube, o desportivo e o associativo, acompanhados por várias boas decisões em temas fundamentais, renovaram o contexto interno do clube e reforçaram o enorme voto de confiança prestado pelos sócios no acto eleitoral.
Ainda antes das eleições houve desafios que requereram
especial atenção e acção. A saída inesperada de Luís Filipe Vieira representou
um risco acrescido em áreas sensíveis, o qual exigiu liderança, coesão
directiva e competência da estrutura profissional. Havia que garantir que a
gestão corrente não seria afectada pelas mudanças institucionais, ultimar os
plantéis das várias equipas, nomeadamente do futebol profissional, assegurar o
sucesso da emissão em curso de um empréstimo obrigacionista e preparar, para
tão rápido quanto possível, o acto eleitoral, instituindo-se novas práticas que
garantissem mais e melhor participação associativa. Todos estes objectivos
foram alcançados, não surpreendendo, portanto, a notável adesão às eleições e a
larga maioria dos votos na lista encabeçada por Rui Costa.
Ao longo da temporada passada foram-se notando modificações
relevantes. O enfoque no aumento de competitividade dos vários plantéis foi o
mais visível, com repercussões positivas. E, na presente temporada, já se
percebe que, apesar da fase ainda prematura em que estamos, foi dado mais um
salto qualitativo do ponto de vista desportivo. Independentemente dos
resultados que venhamos a alcançar, parece-me indiscutível que o Benfica
apresenta melhores equipas do que na temporada anterior em todas as
modalidades, quer na vertente masculina, quer na feminina. Os sinais são muito
positivos e a conquista de diversos troféus nos primeiros meses da época é uma
consequência de uma política desportiva mais ambiciosa e abrangente, mais
pujante ao nível do investimento, retomando-se o ímpeto refreado em anos
recentes e fazendo jus à fortíssima tradição ecléctica do clube, subordinado à
ideia matriz de que o Benfica compete sempre para ganhar.
Muito haveria a destacar noutros domínios, mas realço a
abertura a nível comunicacional, em particular a forma como foram apresentadas as
contas da SAD e as explicações oferecidas acerca da actuação na última janela
do mercado de transferências. Qualquer decisão pode ser boa ou má, só havendo
vantagens em que melhor se compreenda o que levou às mesmas.
P.S.:
Escrevo antes do jogo em Paris com o PSG. Se correu bem ou
mal, mais logo saberei, mas o que me importa neste momento é que considero
legítima a expectativa de um bom resultado em casa de um adversário fortíssimo.
E isso, por si só, já é positivo.
Jornal O Benfica - 14/10/2022
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