segunda-feira, 18 de julho de 2022

Primeiras impressões

Ninguém, exceptuando talvez aqueles que acabaram de chegar ao clube, terá ficado verdadeiramente surpreendido com a presença de 23470 benfiquistas no treino aberto realizado no domingo passado, apesar de se tratar de um recorde neste estádio.

São assim os benfiquistas, já dizia Béla Guttmann: “Nem que o jogo seja no fim do mundo, entre as neves da serra, ou no meio das chamas do inferno, por terra, por mar ou pelo ar, eles aí vão, os adeptos do Benfica atrás da sua equipa... Grande, incomparável, extraordinária massa associativa!”

O Benfica é o conjunto de todos os benfiquistas. É por isso que o Benfica é o maior e, normalmente, o melhor, mesmo que, de quando em vez, a ânsia colectiva pela prossecução dos objectivos (às vezes desmedidos) possa ser perniciosa, mas há que saber lidar com isso. Afinal, não é qualquer um que pode representar o Benfica e, por definição, milhões de benfiquistas.

Foi, sim, uma agradável surpresa termos sido presenteados com um treino de conjunto. Talvez me falhe a memória, mas não me recordo de tal iniciativa desde o antigo estádio, em 1999, numa noite em que as mãos levadas à cabeça pela aparente demonstração de incapacidade de Bossio foram as mesmas que se esfregaram de entusiasmo pelo potencial de um miúdo na outra baliza, o Enke.

Desta feita não creio que tenha havido motivos para grandes preocupações, antes algumas primeiras impressões foram muito positivas, tratando-se efectivamente de confirmações.

Desde logo o tipo de futebol que parece estar a ser implementado. Cada posse de bola é aproveitada para se tentar criar uma oportunidade de golo. Claro que não era diferente num passado recente, mas prefiro que se tente com meia dúzia de passes do que com infindáveis trocas de bola sem o mínimo rasgo ou risco.

Depois algumas apreciações individuais. Gostei de vários jogadores, mas destaco quatro: David Neres, Henrique Araújo, António Silva e Diego Moreira. Qualquer deles confirmou, numa primeira impressão 2022/23, as muitas impressões positivas deixadas anteriormente. Se de Neres e Araújo espero um contributo imediato, dos outros estou convicto de que despontarão mais cedo do que muitos esperam.

P.S:

Tinha nove anos quando conheci Henrique Vieira. Acompanhei de muito perto aquelas equipas de basquetebol fabulosas do Benfica do final dos anos 80 e anos 90 e o Henrique foi, para mim, um ídolo, uma referência de liderança e um compêndio vivo de como jogar bem basquetebol. Houve jogadores melhores, mas muito poucos os que conheceram o jogo tão profundamente como ele. Deixo um forte abraço aos seus filhos Filipe e Pedro.

Jornal O Benfica - 8/7/2022

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