Por vezes devemos olhar para a realidade dos outros clubes
para darmos a devida importância a medidas de gestão tomadas no nosso. A
situação do Belenenses, na relação com a SAD, é elucidativa quanto aos perigos
de privilegiar soluções milagrosas, em nome de amanhãs que cantam, para a
resolução de problemas estruturais. Para já, é ainda caso único ao mais alto
nível do futebol português (havendo inúmeros exemplos internacionalmente), mas
o histórico Atlético deixou-se enredar numa situação com contornos semelhantes.
E esta semana, no jornal A Bola, Dias Ferreira, conhecido sportinguista,
defendeu a alienação da maioria do capital da SAD do seu clube, soçobrando
perante a míngua de títulos no futebol e o crónico estado lastimoso das contas
da SAD leonina.
Ora, nada disto nos diria respeito se pudéssemos assegurar
que o Sport Lisboa e Benfica e as suas participadas gozariam da capacidade de perpetuar
as suas excelentes situações económico-financeira e desportiva. Se hoje sabemos
que quem está à frente dos destinos do clube tem provas dadas nestas e noutras
matérias, não seria ajuizado supor que, no futuro, será sempre assim, até
porque nós próprios já sofremos as agruras da gestão irresponsável, com as
consequências que todos conhecemos.
É, portanto, indispensável frisar e reiterar a relevância da
operação de transferência, na sua totalidade, da Benfica Estádio e BTV para o
clube. A robustez associativa, patrimonial e económico-financeira do clube será
sempre o melhor travão a aventureirismos.
P.S. Jogámos bem frente à Belenenses, SAD, assim como o
vínhamos fazendo desde a entrada de Lage. Se mantivermos o nível exibicional,
seremos campeões!
Jornal O Benfica - 15/3/2019
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