Não fui dos que festejou efusivamente o segundo golo do
Marítimo, mas senti-me contente. O segundo lugar, sendo o primeiro dos últimos
para o Benfica, é mais que um mal menor. Se, e não será fácil, conseguirmos
aceder à fase de grupos da Liga dos Campeões, teremos, além de bons
adversários, uma receita mínima acima dos 40 milhões de euros. É um valor
exorbitante para a nossa realidade, que nos aproximará minimamente dos cada vez
mais afastados tubarões do futebol europeu.
Entretanto olhamos à nossa volta e percebemos porque
ninguém, no estrangeiro, liga ao nosso futebol. Desorganização, estádios
vazios, arbitragem sem credibilidade, clima permanente de guerrilha, políticas
de comunicação terceiro-mundistas, suspeitas e mais suspeitas... E o que diz
Proença? “Foi uma época extremamente positiva” e que o que lhe interessa é “fazer
a defesa da salvaguarda do modelo de negócio das competições”. Logo ele que
nunca se insurgiu contra o epíteto “Liga Salazar” ou que não teve oportunidade
de criticar a devassa da correspondência privada, a difamação reiterada... Mas
já nem lhe peço tanto… Poderia, talvez, mostrar algum desagrado por
profissionais deste futebolzinho insultarem um adversário e os seus adeptos… Será
vergonhoso se os insultos de jogadores portistas ao Benfica e aos benfiquistas
não forem punidos exemplarmente.
P.S.: Não me contradirei… De acordo com o CM, os paladinos
da verdade desportiva terão muito para explicar no andebol e futebol. Não se tratam de
suspeições infundadas, são referidos nomes, jogos, montantes, haverá uma
confissão… E é legítimo perguntar, a confirmar-se o teor da notícia, se haverá casos semelhantes noutras modalidades…
Jornal O Benfica - 18/5/2018