sexta-feira, 11 de maio de 2018

Casa de complexo


Os insultos e as palavras de ordem jocosas dedicadas ao Benfica e aos benfiquistas são recorrentes nos festejos dos nossos principais adversários e, como tal, ainda mais por serem estimulados por responsáveis e protagonistas desses clubes, são demonstrativos do sentimento de inferioridade, em relação ao Benfica, de portistas e sportinguistas. Essa forma de estar vira-se contra eles: O Benfica, ganhando ou perdendo, sai sempre por cima.

O cântico mais entoado de acordo com a comunicação social, o “Penta Ciao”, é particularmente significativo. Adaptado da canção da resistência antifascista italiana, recordada, em 2018, à escala mundial devido ao sucesso da série espanhola “Casa de Papel”, serviu agora de expressão da alegria portista.

Nem sequer preciso de evocar a ironia da adopção de práticas comuns aos regimes fascistas –violação de correspondência privada, deturpação do conteúdo dessa correspondência, propaganda, intimidação, coacção – serem celebradas recorrendo a uma melodia que simboliza o repúdio a essas práticas. Menos ainda os adeptos do clube da inauguração do estádio englobada nas comemorações do Estado Novo cantarem a Bella Ciao… As voltas nos túmulos que grandes dirigentes do F.C. Porto, como, entre outros, Urgel Horta, salazarentos até à medula, estarão agora a dar… Basta a “Casa de Papel” que, muito resumidamente, é sobre um grupo de marginais que faz um grande assalto. E depois, ainda mais ironicamente, com o “Penta Ciao” os portistas tentam esfregar-nos na cara a nossa hecatombe, a nossa crise desportiva sem precedentes, esta coisa de não termos conseguido ganhar, pela quinta vez consecutiva, o Campeonato Nacional… Está tudo dito!

Jornal O Benfica - 11/5/2018

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