Escrevo antes do jogo com o Liverpool, quase a sair de casa para o estádio. Das muitas extraordinárias sensações que a paixão e devoção pelo Benfica me proporcionam, esta do inabalável optimismo, por vezes manifestamente irracional, é uma das minhas preferidas. Vejo muito futebol, conheço aprofundadamente o Liverpool, acho escassas as reais possibilidades do Benfica passar a eliminatória e, não obstante, acredito que são essas as que se concretizarão.
Neste momento que ultimo a ida para a Luz torna-se
indiferente o resultado que vier a acontecer, só importa a crença num Benfica à
Benfica, à ideia de Benfica que todos ambicionamos. Após o apito final serei
ainda um pouco mais benfiquista do que sou agora, pois passaram mais umas horas
de benfiquismo. Não é lirismo, é mesmo assim.
E as hesitações neste estado de espírito desaparecem ao
mínimo bálsamo. Hoje foi a leitura de uma entrevista a Rodrigo Magalhães,
coordenador técnico da nossa formação. Ele, como todos os benfiquistas, sonha
com uma nova conquista europeia. E eu, ao ler esta manifestação de crença,
renovei a minha e lá irei ao estádio a acreditar que é possível. E porque não?
Claro que os tempos mudaram, o fosso aumentou entre os
clubes dos chamados Big5 e os restantes e à primeira mostra de qualidade
excepcional os chamados tubarões atropelam-se para assegurar o contributo dos
artificies do sucesso, mesmo que moderado. E os jogadores, por muito que sintam
o clube, subordinam as decisões de carreira à componente financeira, algo que
compreendo e aceito com naturalidade. Mas por ínfimas que sejam as nossas
possibilidades, compete-nos, a cada época, tentar aumentá-las e lutar por elas.
Lutaremos!
Jornal O Benfica - 8/4/2022
Sem comentários:
Enviar um comentário