Disse o escritor Knausgård, no seu “Outono”, que “a vergonha
é como um cadeado, mantém fechado o que deve estar fechado”. Se houvesse
decência, um cadeado seria pouco para Rui Costa e Vasco Santos, o árbitro e o vídeoárbitro
do Portimonense-Porto, ou um deles, pela vergonha que sentiriam por aquele
penálti assinalado a favor do Porto em Portimão.
Quantos cadeados, correntes e coletes de força necessitariam
caso reconhecessem o erro? No mínimo, tantos quantos Houdini usou no seu famoso
número de ilusionismo (um pedido de escusa da arbitragem durante umas semanas
seria o único “cadeado” que mereceria respeito da minha parte).
De facto, só os mais experimentados ilusionistas far-nos-iam
acreditar que Jadson tem um braço que, como todos os outros, começa no pulso,
mas que, incrivelmente, termina no tórax. Só Rui Costa e Vasco Santos, ou um
deles, os propagandistas portistas, os fanáticos, um ou outro idiota útil e as
mais resilientes e desavergonhadas caixas de ressonância na comunicação social fingem
ter visto o que não existiu. E, sendo que a Liga alardeia o “grande
investimento” no vídeoárbitro, não é crível que Vasco Santos não tivesse, à sua
disposição, imagens dos mesmos ângulos que a Sporttv, os quais demonstram inequivocamente
a inexistência de falta.
Com este lance, e o diligente e escrupuloso tempo adicional
do tempo adicional da partida, além da não menos inacreditável expulsão injusta
de um jogador vimaranense no primeiro minuto do Porto-V.Guimarães, espero não
estarmos a assistir a uma reposição da primeira volta da temporada passada,
sobre a qual esta e todas as colunas deste jornal não chegariam para descrever
os erros de arbitragem favoráveis ao Porto.
Jornal O Benfica - 20/9/2019
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