Não foi só na Nazaré que foram avistadas ondas gigantes esta semana. Também aconteceram na Póvoa de Varzim, na final da Taça da Liga de futsal. E aí foi um set que deveria corar de vergonha os responsáveis da modalidade.
A corrente e
vento iniciais foram favoráveis ao Sporting, mas a maré benfiquista fez-se
notar no decurso do jogo. O Benfica reduziu a desvantagem e procurou
incessantemente chegar a bom porto. Numa das várias investidas, faltava cerca
de minuto e meio para o derradeiro apito, surgiu a primeira onda, protagonizada
por um jogador leonino.
Foi a da falta de
desportivismo e atropelo à ética de Taynan. Nem com barbatanas conseguirá fugir
à péssima imagem dada de si mesmo. E depois ainda demonstrou, na prática, que a
chico espertice é diferente de inteligência. Escreveu nas redes sociais que
errou por impulso, para logo acrescentar que usou o regulamento. Além de
batoteiro, é incoerente, embora merecedor de “likes” de colegas e adeptos. E lá
apagou a tal publicação, mas “uma vez na internet, para sempre na internet”.
De seguida veio a
vaga da incredulidade. Taynan foi apenas admoestado com um cartão amarelo,
vá-se lá perceber isto. Ricardinho resumiu bem o tema com uma pergunta numa
rede social: “Isto acabou mesmo de acontecer na final da Taça da Liga entre
Benfica e Sporting!??????”
Seguiu-se a onda
da lata. Afirmou o treinador do Sporting: “Estão a desvalorizar a vitória do
Sporting e isso é feio. (…) É um não assunto”.
Pelo contrário, é
o único assunto. Se Taynan não for severamente castigado e não houver repetição
do jogo, passa a haver legitimidade para que as equipas usem este recurso rasteiro
sempre que entenderem necessário. O castigo é leve, tratar-se-á mesmo de um não
assunto de acordo com este treinador, logo depreende-se que só os tansos
sofrerão golos.
Veio ainda a onda
da ridicularia. Como é possível que o autor desta batota seja considerado o
homem do jogo? Em que mundo vive e que valores do desporto defende quem
atribuiu o prémio ao protagonista deste comportamento miserável?
E não poderia
faltar a onda da hipocrisia e canalhice. Os responsáveis sportinguistas pseudo
condenam o acto, alegando que se terá tratado de uma reacção a suposta falta de
fairplay, desculpabilizando-o sob a forma de acto irreflectido. Não só foi
batoteiro por impulso, usando o regulamento, como ainda foi uma vítima das
circunstâncias, coitadinho.
A apregoada
superioridade moral da agremiação do Lumiar é constantemente contrariada pela
realidade. Como se enquadra esta atitude de Taynan na afirmação (ou piada) de
Frederico Varandas “a nossa dignidade vale mais do qualquer título”?
Digni quê? Diz o
povo que “palavras, leva-as o vento”, mas aquelas proferidas por moralistas
leoninos, como facilmente se percebe, nem sequer resistem à mais leve brisa. Em
verdade, querem, despudoradamente, ganhar a qualquer custo, enquanto alardeiam
virtudes por praticar. Assim o demonstram recorrentemente.
Jornal O Benfica - 26/1/2024
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