domingo, 13 de fevereiro de 2022

Pizzi

Com o empréstimo, por meia época, a um clube turco, talvez tenha chegado ao fim a extraordinária carreira de Pizzi no Benfica. Veremos se regressa ou não para cumprir o último ano de contrato.

À oitava temporada no Benfica, levava 360 jogos em competições oficiais (18º), 94 golos marcados (23º) e 94 assistências para golo (1º nas últimas 10 épocas). Foi campeão nacional quatro vezes, absolutamente preponderante em três desses títulos, titularíssimo com Rui Vitória e Bruno Lage.

Se estes registos não forem suficientes para se aquilatar do fabuloso percurso de Pizzi no Benfica e a relevância do seu desempenho de águia ao peito, atente-se às estatísticas do actual estádio da Luz: Pizzi é o segundo em jogos e assistências, o terceiro nos golos. À luz das estatísticas, Pizzi é um dos grandes jogadores da história do Benfica, incluído, por certo, numa segunda linha de predestinados.

Os números podem não dizer tudo, mas também não mentem. Relativizando-os, o seu significado pode ser diminuído ou aumentado, até em simultâneo. E se é verdade que se pode argumentar que Pizzi atingiu estes registos numa era em que os melhores jogadores se aventuraram pelo estrangeiro e fazem carreiras curtas no Benfica (e no futebol português), não menos o é que a quantidade absurda de golos e assistências conseguidas por Pizzi não são, ainda assim, suficientes para demonstrar o seu enorme impacto no sucesso benfiquista durante o período em que representou o clube. O elevado QI futebolístico apreende-se mais do que se quantifica e Pizzi é dos jogadores mais inteligentes que vi jogar no nosso Benfica.

Tendo em conta o desempenho por temporada, é evidente que assistimos a um declínio acentuado de Pizzi no último ano e meio.

Será que a absurda reconversão em médio centro anunciada e implementada por Jorge Jesus à chegada, sem aparentemente cuidar de observar o notável percurso do jogador em épocas anteriores, acelerou este desgaste? Terá, entretanto, expirado o seu prazo de validade? É possível que sim. E, se for essa a situação, é com naturalidade que a encaro. Estranho é o contentamento de muitos benfiquistas por este ocaso de Pizzi. Alguém desdenharia os 30 golos e 19 assistências de 2019/20? Ou os 15 golos e 23 assistências de 2018/19? A resposta deveria ser óbvia, mas por razões insondáveis desconfio que não será bem assim. Que seja muito feliz na Turquia, obrigado!

Jornal O Benfica - 11/2/2022

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