Não me cabe tecer comentários sobre o resultado das eleições
leoninas, mas apraz-me constatar que os sócios do Sporting Clube de Portugal
souberam pôr cobro a um período de loucura cujas consequências extravasaram o
domínio sportinguista. O anterior presidente do Sporting não representava
somente um problema para o clube que dirigiu, mas para o desporto português. O
risco de contaminação a dirigentes de outros clubes existiu e seria nefasto se
tivesse ocorrido.
Um sportinguista, daqueles fervorosos brunistas, poderá
interpretar o parágrafo anterior como uma mal disfarçada manifestação de
alívio. Não poderá estar mais enganado. Para mim, enquanto benfiquista que
cresceu a encarar o Sporting enquanto rival, nada mais me satisfez que derrotar
um Sporting liderado por um arrivista grosseiro movido a ódio ao Benfica, cujas
palavras de ordem logo eram repetidas até à exaustão por uma turba predisposta
a tudo, assim prevalecesse a miragem de um Benfica subjugado. Bruno de
Carvalho, que andou a ser levado em ombros por quem, mais tarde, demasiado
tarde, se encarregou de o escorraçar, não surgiu de geração espontânea nem
andou a pregar sozinho num deserto. Bruno de Carvalho foi o produto de vários
factores, incluindo a deriva anti-benfiquista crescente.
Mas adiante, o passado já lá vai e mesmo algumas das
afirmações anti-benfiquistas produzidas ao longo da campanha não me tiram o
sono (até me entusiasmam, de certa forma). Afinal, havia que ganhar eleições e
todos sabemos que um sportinguista, perante os seus correligionários, pouco ou
nada é ouvido se, entre loas ao Sporting, não professar o anti-benfiquismo.
Fica-lhes bem, entre eles, e serve-nos na perfeição.
Jornal O Benfica - 14/9/2018
Percebo e seu comentário e, em boa medida, subscrevo-o, embora ache que o SCP de Bruno de Carvalho não se extinguiu com este resultado eleitoral. É verdade que esta eleição, se bem que pareça reconduzir, de novo, o SCP a uma postura mais urbana e mais civilizada, matriz que, há que reconhecer, está mais de acordo com o passado do nosso histórico rival, enferma do mesmo mal que norteou a atrabiliária presidencia anterior. Ora, uma presdiencia que, desde logo, não se afirma pela positiva, antes procurando chamar a atenção sobre os "seus méritos", falando do seu ARQUI-RIVAL, como se de um inimigo se tratasse, faz-nos pensar que, com "roupa nova" vai chegar "orador velho" ! É mais do mesmo, acredite e, já agora, uma premonição "não estou a ver o Dr. Frederico Varandas, a chegar ... ao fim do mandato !
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