Desafio os estimados leitores a adivinharem se a doutrina
subjacente à afirmação de que “só a via do radicalismo pode pôr termo ao actual
estado de coisas. Todas as açcões devem ser consideradas para nos libertarmos
das amarras deste regime corrupto e opressor” emanou das cabeças pensantes do
Daesh, do Baader Meinhof, da ETA ou do Baluarte do Dragão, considerado o canal
oficioso da comunicação portista. E adivinhem também se a ameaça “não vai a
bem, um dia vai ter que ser a mal” foi formulada por um qualquer fanático
idiota e irresponsável ou se por um agente desportivo, no caso oficial de
ligação aos adeptos, Fernando Saul.
O interessante é que, no futebol português, regime corrupto
lembra-me o caso “apito dourado”, regime opressor remete-me para os ataques frequentes
às Casas do Benfica na cidade do Porto e arredores e o “se não vai a bem, um
dia terá que ir a mal” recorda-me a interpelação a Artur Soares Dias no centro
de treinos de árbitros na Maia. É com esta corja que nos batemos, sem que o
tenhamos desejado ou provocado deliberadamente. Porém, ao ganharmos,
provocámo-la mesmo que inadvertidamente. Já são quatro anos consecutivos a
espicaçá-los, com triunfos, para revelarem a sua natureza...
Neste contexto impensável, o nosso trunfo será sempre o
benfiquismo. Como uma vez disse Ribeiro dos Reis, “o Benfica, só o Benfica e
nada mais que o Benfica” e é pelo Benfica que, na medida das nossas
capacidades, tentaremos obter uma vitória neste fim-de-semana, à qual, se
espera, seguirão outras que nos conduzirão ao desígnio do penta. Pelo Benfica e
não contra alguém, por mais arrivista que seja.
P.S. Parabéns à nossa equipa de voleibol!
Jornal O Benfica - 13/4/2018