De uma forma simplista, o último clássico poderá ser
resumido a uma primeira parte em que o Benfica se superiorizou ao F.C. Porto,
sem que tenha conseguido concretizar a única oportunidade clara de golo criada,
e deu-se o inverso na segunda parte, com Varela a evitar um tento de Marega. A
diferença residiu, ao cair do pano, num remate potente de fora da área que deu
a vitória aos portistas. Tratou-se, no seu todo, de uma partida equilibrada,
mais lutada que bem jogada, mais suada que bem ajuizada. A sorte não nos
sorriu.
Foi também, reconheçamos altruisticamente, um jogo conveniente
para o árbitro Artur Soares Dias: Não ter visto a grande penalidade sobre
Zivkovic, assim como a sua complacência gritante para com a agressividade
excessiva aplicada por portistas nalguns lances, permitir-lhe-á, certamente,
treinar em paz no Centro de Treino de Árbitros, na Maia. Terá sido uma questão
de critério e criterioso como só ele sabe ser, esteve ao seu nível, demonstrando
cabalmente porque o país campeão europeu de futebol em título não terá qualquer
árbitro no próximo mundial. É significativo!
Entretanto Rui Vitória afirmou que o sonho do penta “ainda
não acabou” e Jardel garantiu que a equipa “lutará até ao final”. O treinador
tem razão e o capitão assume a postura adequada a qualquer benfiquista em campo
e fora dele. Lutar pelo campeonato será a única forma de ganhá-lo e, em última
instância, de assegurar a presença na Liga dos Campeões na próxima temporada.
Conforme disse Vítor Silva, o nosso grande jogador dos anos 30, numa situação
adversa: “A bola é redonda e a alma vermelha”. Já ganhámos e perdemos
campeonatos em situações semelhantes. Não desistiremos!
Jornal O Benfica - 20/4/2018