Na semana passada fomos brindados pelo New York Times com um
artigo sobre a justiça e o futebol portugueses. Lá como cá, usou-se Benfica
para garantir leitores, quer no título, quer a abrir o texto. Isso é
perceptível através da leitura da peça, o que exige saber inglês e não ser
preguiçoso ou mal-intencionado.
Assim que foi publicado, os propagandistas de meia tijela
portistas logo se apressaram, quase acotovelando-se, a destacar o tal artigo, ambicionando
figurarem no pódio do servilismo, recheado de anti-benfiquismo, voluntarista e
acrítico ao Papa. Alguma comunicação social portuguesa aproveitou a deixa –
concertadamente ou por mera vocação ou incompetência (selectiva?) – e replicou
os dislates dos outros miseráveis sem dar igual destaque ao conteúdo do artigo
por inteiro. E, claro, alguns tontos do Lumiar aproveitaram para darem uma prova
de vida.
O artigo parte da escusa pedida pelo juiz nomeado no caso de
Rui Pinto para especular sobre a influência social do Benfica e... dos outros
dois “grandes”. O jornalista omite que o Benfica nada tem que ver com o caso e
surgem declarações especulativas, nos primeiros parágrafos, de “algumas
pessoas” e da Madre Ana Gomes do Rato. Porém, a peça continua, o que, tudo
espremido, sobra a única acusação concreta, convenientemente ignorada, que
passo a transcrever: “Pinto da Costa foi ilibado do envolvimento num escândalo
de corrupção após as provas de escutas telefónicas que indiciavam a sua ligação
a um esquema de suborno a árbitros terem sido consideradas inadmissíveis por um
juiz”. Obrigado, portanto, aos propagandistas de algibeira andrades,
recomendando-lhes que leiam integralmente os artigos que publicitam alegremente...
Jornal O Benfica - 01/08/2020
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