Defrontar o Arsenal relembra-me sempre o “Fever Pitch”, de Nick Hornby, publicado em 1992 e considerado, diria unanimemente, como um dos melhores livros sobre futebol. O autor, escritor consagrado, descreve magistralmente, num registo autobiográfico, a paixão por futebol e o fanatismo por um clube, no caso o nosso próximo adversário na Liga Europa.
Hornby confessa que despertou definitivamente para o futebol
com a final da TCCE de 1968, na qual o Manchester United derrotou o Benfica, e
termina a narração em 1991 quando se está a preparar para sair de casa e ir até
Highbury para ver um jogo do seu clube, também frente ao Benfica (a nossa
vitória, por 1-3, é o epílogo perfeito para o livro, e digo-o muito satisfeito,
mas sem qualquer ironia).
Leio muitos livros sobre futebol e, por isso, sei o muito
que o Benfica é referenciado e, por conseguinte, respeitado. Não me incomodam
as menções aos nossos desaires porque tenho a consciência de que, caso não fosse
relevante ganharem-nos, elas não existiriam. O triunfo sobre o Benfica não é um
mero dado estatístico, mas um feito em si mesmo.
O Benfica está nas biografias de Best, Charlton, Clough,
Cruyff, Pelé, Puskás e tantos outros que se notabilizaram ao longo dos tempos
no futebol. Veja-se George Best, cuja consagração precoce da sua genialidade
futebolística ocorreu em 1965, com a exibição feita no estádio da Luz. Ou de
Pelé, que se recorda sempre da exibição pelo Santos na Luz. Ou da matreirice do
mítico Brian Clough, quando liderava o Derby County e encharcou o relvado nos
dias anteriores à recepção ao Benfica em 1972. Há muitos mais exemplos, mas
precisaria do jornal inteiro. Talvez escreva um livro sobre o tema...
Jornal O Benfica - 18/12/2020
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