A estupefacção e desilusão sentidas por todos os benfiquistas com o desempenho da nossa equipa de futebol nos últimos três jogos são normais, ainda mais no contexto que o Benfica atravessa, caracterizado por cinco títulos nacionais em sete temporadas, pese embora o insucesso da época passada, regresso de um treinador competente e ganhador no clube e avultado investimento no apetrechamento do plantel.
É natural que as expectativas sejam elevadas, pois são-no
sempre a partir do momento em que o símbolo do Sport Lisboa e Benfica é
carregado ao peito por jogadores num campo de qualquer modalidade. E, no caso
do futebol na presente temporada, as sete vitórias consecutivas e o bom nível
exibicional na maior parte delas exacerbaram esta característica do benfiquismo.
O que parecia tornar-se num passeio afigura-se agora a
subida ao Alto do Stelvio na Volta a Itália. E nós não gostamos, pois claro,
mesmo não sabendo nós, em rigor, por falta de experiência nas últimas décadas, não
obstante os muitos títulos conquistados recentemente, o que será exactamente um
passeio.
Multiplicam-se agora as análises sobre lacunas no plantel ou
opções do treinador, sem nunca se questionar como terá sido possível a série de
triunfos anterior. Os pessimistas militantes antevêem desgraças de dimensões
bíblicas; os optimistas incuráveis nem pestanejam. Prefiro esperar para ver,
acreditando que poderemos ser mais agressivos no ataque e que parte dos
problemas defensivos se tornaram visíveis devido a acasos infelizes (golos
contra a corrente do jogo, expulsão prematura...), em evidente desacordo com a turma
do “eubemavisei”, que o tempo, creio e sobretudo desejo, se encarregará de
desmentir, para felicidade de todos.
Jornal O Benfica - 13/11/2020
Obrigado João, pela análise serena e sensata, que muita falta faz neste dias conturbados da nação benfiquista.
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