sábado, 4 de maio de 2019

Três finais


Não sei se a afirmação, em comunicado portista, que “o F.C. Porto tudo fará para que seja respeitada a verdade desportiva”, logo seguida do aviso “doa a quem doer”, deva ser entendida como piada ou ameaça. Séria é que não será.

Numa temporada em que a verdade desportiva tem sido vilipendiada jornada após jornada – a lista de decisões incompreensíveis favoráveis ao F.C. Porto ocuparia esta página inteira – os responsáveis portistas, talvez demasiado ocupados a deturparem e revelarem emails roubados ao Benfica, nunca encontraram o momento certo para pugnar pela dita, preferindo, de benefício em benefício, remeterem-se ao silêncio ensurdecedor típico de quem, nos tempos do apito dourado, entendeu não recorrer de uma punição (inócua, claro está) relativa a corrupção. Aquela “verdade desportiva”, tão útil para adulterar a tabela classificativa, é que era. Esta das últimas jornadas, em que nem o Benfica é nitidamente roubado ou o F.C. Porto claramente ajudado, não serve.

O aviso também é interessante. Quem poderá ficar dorido? Árbitros que fazem o melhor que podem e sabem, recusando-se aderir à causa portista? Árbitros que possuam estabelecimentos comerciais? Árbitros que treinam na Maia? Familiares de árbitros? O Conselho de Arbitragem, outrora competente até os portistas sentirem que o título lhes poderá fugir? Enfim, a impunidade ao longo de décadas tem sido tanta que nada surpreenderá.

Indiferente a este circo tem estado a nossa equipa, focada, jogo a jogo, no seu objectivo supremo: a reconquista. O triunfo em Braga foi brilhante, alicerçado numa segunda parte memorável e no apoio incessante nas bancadas. Foi à campeão. Terá de sê-lo, também, nas três “finais” que se seguem!

Jornal O Benfica - 3/5/2019

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