Não sei se a afirmação, em comunicado portista, que “o F.C.
Porto tudo fará para que seja respeitada a verdade desportiva”, logo seguida do
aviso “doa a quem doer”, deva ser entendida como piada ou ameaça. Séria é que
não será.
Numa temporada em que a verdade desportiva tem sido
vilipendiada jornada após jornada – a lista de decisões incompreensíveis
favoráveis ao F.C. Porto ocuparia esta página inteira – os responsáveis
portistas, talvez demasiado ocupados a deturparem e revelarem emails roubados
ao Benfica, nunca encontraram o momento certo para pugnar pela dita,
preferindo, de benefício em benefício, remeterem-se ao silêncio ensurdecedor
típico de quem, nos tempos do apito dourado, entendeu não recorrer de uma
punição (inócua, claro está) relativa a corrupção. Aquela “verdade desportiva”,
tão útil para adulterar a tabela classificativa, é que era. Esta das últimas
jornadas, em que nem o Benfica é nitidamente roubado ou o F.C. Porto claramente
ajudado, não serve.
O aviso também é interessante. Quem poderá ficar dorido?
Árbitros que fazem o melhor que podem e sabem, recusando-se aderir à causa
portista? Árbitros que possuam estabelecimentos comerciais? Árbitros que
treinam na Maia? Familiares de árbitros? O Conselho de Arbitragem, outrora competente
até os portistas sentirem que o título lhes poderá fugir? Enfim, a impunidade
ao longo de décadas tem sido tanta que nada surpreenderá.
Indiferente a este circo tem estado a nossa equipa, focada,
jogo a jogo, no seu objectivo supremo: a reconquista. O triunfo em Braga foi
brilhante, alicerçado numa segunda parte memorável e no apoio incessante nas
bancadas. Foi à campeão. Terá de sê-lo, também, nas três “finais” que se
seguem!
Jornal O Benfica - 3/5/2019
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