quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Benfiquista


Quem me conhece sabe que a selecção nacional me é indiferente há uns bons anos. Não é embirração ou sequer um protesto, talvez seja ainda uma sequela de um tempo em que me revoltava a forma como o futebol português era dirigido e, em simultâneo, se tornara vulgar a quase total ausência de jogadores do Benfica nas convocatórias. E reconheço alguma arrogância da minha parte por me irritar a quantidade de desinteressados por futebol que opinam, festejam ou criticam nos períodos de maior notoriedade para a selecção. São os neoconvertidos a prazo que não fazem qualquer falta ao futebol.

De igual forma, não desejo desaires. Pura e simplesmente não sinto qualquer emoção. Quando calha, se nada mais interessante houver, sigo as partidas enquanto apaixonado pelo jogo que sou.

Nos últimos anos, o meu interesse cresceu, apesar da contínua indiferença quanto aos resultados. A maior participação de atletas do Benfica e de jogadores formados no nosso clube desperta a minha curiosidade, a qual já sentia em relação às selecções mais jovens, em que a forte e bem-sucedida aposta na formação na última década resultou, também, num acréscimo de qualidade nas equipas organizadas pela Federação. O meu interesse pela selecção assenta, exclusivamente, numa perspectiva benfiquista.

Não é invulgar que, geralmente pelos tais neoconvertidos, seja acusado de falta de patriotismo por não apoiar “a selecção de todos nós”. Esta é bem capaz de ser a acusação mais patética que já ouvi. Até porque, se a questão passa pela nação, a minha, no desporto, é a benfiquista. E é por isso que me emocionou ver as demonstrações exacerbadas de benfiquismo em Cabo Verde no passado fim-de-semana. O benfiquismo não tem fronteiras!

Jornal O Benfica - 13/9/2019

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